quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Paulo Alziri, luthier

  • violões e guitarras com desenho exclusivo
  • cuidado nos detalhes e acabamentos
  • ergonômicos, desenhados um a um

... início na luthieria

Começou já na adolescência, lá pelos 15 anos, quando resolvi construir os móveis do meu quarto da nova casa. Depois de inúmeros erros e utilizando da tinta para escondê-los o resultado foi até satisfatório e já dormia na cama própria além do criado-mudo, armário e escrivaninha. Diverti-me muito e a semente estava plantada.

Depois veio uma reforma em um armário da sala da casa, desta vez um trabalho de responsabilidade porque ficaria visível a todos e o acabamento era em madeira e nesses casos os defeitos saltam aos olhos. O resultado para minha surpresa foi muito bom.

Depois veio a faculdade e só voltei às atividades na época do quinto ano, ainda não tínha renda e o dinheiro era escasso. Como não tínha outra opção eu resolvi fazer os móveis da casa. Comecei com a cama e depois veio uma mesa, um buffet, uma estante, outra cama, um armário e outras coisas menores.

Em 1993 ganhei meu primeiro violão do David. Vale lembrar que ele ia jogar no lixo porque não era dos melhores e estava com um "pequeno" problema: Ele estava com o braço quebrado. Nunca eu ia imaginar o que estaria começando...
Colei as duas partes do vilão, coloquei parafusos, tapei buraco e tentei até fazer um acabamento. Inútil, ele estava horrível mas emitia sons!!! E ele ainda existe!!!
Comecei meus primeiros acordes aos 25 anos.

Com o tempo fui querendo um instrumento melhor e comprei uma boa guitarra e me desfiz dela após constatar que seu braço estava torto e sem possibilidade de melhora. Depois comprei um violão elétrico com corda de aço de uma marca muito respeitável e tive que vendê-lo devido a um problema também sem solução na junta do corpo com o braço.
Nessa época descobri que além das crianças, os instrumentos musicais também sofrem muito aqui em Brasília devido às diferenças de temperatura e umidade.

Numa viagem a Blumenau conheci um primo que era sócio de uma fábrica de instrumentos musicais e encomendei um violão de 12 cordas de jacarandá. É fácil perceber quando se tem um instrumento com uma boa madeira e totalmente feito à mão.

Quando recebi esse violão, após uns 8 meses da encomenda, levei para o luthier Eduardo Brito de Brasília para uns ajustes. Aí eu descobri que ele tinha alunos de luthieria e imediatamente matriculei-me. Após 9 meses de muita dedicação estava pronto um belíssimo baixolão de mogno, red cedar, imbuia, abeto norueguês, sucupupira, cedro e pau-ferro com design exclusivo e som também.

Comecei a entender cada vez mais o complexo mundo das madeiras, cortes, umidade, colas, planejamentos, projetos, acabamentos e sons e vi que aí se encontrava um hobby com possibilidades ilimitadas.

Em 2002 iniciei a montagem da minha oficina, em casa, para essa deliciosa, divertida e gratificante arte da Luthieria.

Um comentário:

edumamare disse...

Boa, Dom Paulo!
Só agora vi o blog, que está excelente.
Fico feliz em saber que as coisas estão fluindo...
Parabéns mais uma vez!
Um abração e inté,
Edu Mamare